O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC), revelou que as expectativas do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) em 2024 foram revisadas para cima. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para 5 e 6 de novembro, quando os analistas esperam um novo aumento da taxa básica. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 11,75% ao ano, acima da projeção anterior de 11,50%.
Para 2025, a expectativa também subiu, passando de 10,50% para 10,75% ao ano. Já para 2026 e 2027, as projeções permanecem inalteradas, com a Selic prevista em 9,50% e 9%, respectivamente.
Essa elevação nas previsões ocorre em meio a um cenário de pressão inflacionária, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado em 4,37% para 2024, 3,97% para 2025 e 3,50% para 2026. O aumento da Selic tem como objetivo principal controlar a inflação, encarecendo o crédito e desestimulando a demanda.
Além da taxa de juros, as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o câmbio permaneceram estáveis. A previsão de expansão da economia para 2025 foi ajustada de 1,90% para 1,92%, enquanto para os anos seguintes, as expectativas se mantêm em 2%. O dólar também continua projetado em R$ 5,40 no fim de 2024 e R$ 5,35 para 2025.
Selic e controle da inflação
A previsão para este ano do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – permaneceu em 4,37% nesta edição do Focus. Para 2025, a estimativa de inflação é de 3,97%. Para 2026 e 2027, as previsões também são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.
A estimativa para 2024 está acima da meta de inflação, mas ainda dentro de tolerância, que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua e, assim, o CMN não precisa mais definir uma meta de inflação a cada ano. O colegiado fixou o centro da meta contínua em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em agosto, puxado principalmente pelas quedas de preços em alimentos e despesas com habitação, houve deflação de 0,02% no país, após o IPCA ter registrado inflação de 0,38% em julho. De acordo com o IBGE, em 12 meses, o IPCA acumula 4,24%.
*Com informações da Agência Brasil
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