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Carro bioelétrico pega carona no sucesso brasileiro do etanol

Veículos híbridos a etanol podem desbancar os modelos eletrificados e serem os mais vendidos no mercado até 2035, projeta consultoria especializada em agronegócio
carro biolétrico híbrido etanol Toyota
A Toyota é uma das montadoras que investem em modelos híbridos, com utilização do etanol em vez da gasolina. Foto: Toyota/Divulgação

A busca por carros elétricos mais do que dobrou em Pernambuco no período de dois anos, de acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). São cerca de 7.900 unidades em circulação no estado. Mas os automóveis que rodam apenas com bateria não são os mais sustentáveis.

Segundo dados da empresa de consultoria especializada em agronegócio Datagro, os menos poluentes são os carros híbridos com possibilidade de uso do etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) calcula que as montadoras brasileiras devem investir R$ 117 bilhões até a virada da próxima década em modelos bioelétricos, dentro do processo de descarbonização do setor.

A utilização do etanol puro ou em carros híbridos apresenta uma pegada de carbono menor em comparação com outros combustíveis, como a gasolina e até mesmo o carro elétrico. De acordo com a Datagro, o carro elétrico emite 42 gramas de CO2 por quilômetro pelo uso da bateria, enquanto o carro a etanol libera 38 gramas de CO2 por quilômetro. Já o carro híbrido com etanol gera apenas 27 gramas de CO2 por quilômetro.

“O etanol substitui componentes cancerígenos da gasolina, não tem enxofre, não tem material particulado. As grandes cidades brasileiras não são como Delhi, na Índia [em poluição], por causa dos biocombustíveis”, enfatiza Plínio Nastari, presidente da Datagro.

Ele avalia que, no futuro, os carros movidos a etanol trarão mais vantagens ambientais e econômicas que os 100% elétricos, que usam só baterias, devido ao aprimoramento tecnológico. “A equivalência [de rendimento] entre álcool e gasolina [em aproximadamente 70% hoje] pode chegar a 90%, a 92%”.

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O crescimento da frota de veículos eletrificados em Pernambuco é decorrente da isenção integral do IPVA para estes modelos e pela busca por alternativas mais sustentáveis por parte dos consumidores. Plínio estima que, até 2035, os carros híbridos serão mais vendidos que os 100% elétricos, tendência que vem ocorrendo em países da Europa e nos EUA.

Os veículos híbridos a etanol combinam o motor a combustão interna, que pode funcionar tanto com gasolina quanto com etanol, com um motor elétrico. Essa tecnologia permite reduzir o consumo de combustível e as emissões de poluentes, tornando os veículos mais eficientes e menos prejudiciais ao meio ambiente.

Etanol na economia pernambucana

Além dos benefícios ambientais que o etanol traz sobre os elétricos, ele também contribui para a geração de empregos no setor sucroalcooleiro, um dos mais importantes da economia brasileira.

Apenas com as indústrias participantes do movimento Acelera com Etanol do Sindaçúcar em Pernambuco, são gerados mais de 70 mil empregos em uma atividade que se vê presente em mais de 60 municípios do estado.

A safra de cana-de-açúcar 2023/2024 em Pernambuco foi marcada por números expressivos. Atualmente o estado é o segundo maior produtor de cana no Norte-Nordeste, atrás apenas de Alagoas, e processou mais de 14 milhões de toneladas de cana, resultando em uma produção de 292 milhões de litros de etanol.

Leia mais: PE terá 1ª fábrica de e-metanol do país, investimento de R$ 2 bi da European Energy

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