A Natville, laticínio fundado em 1996 na cidade de Glória, em Sergipe, prepara-se para dobrar de tamanho. Com investimentos de R$ 500 milhões, a empresa vai abrir até 2025 mais quatro indústrias no Nordeste.
Na semana passada, a empresa anunciou o início das obras na cidade de Batalha, em Alagoas. Bahia e Pernambuco também serão contemplados com investimentos numa planta de laticínios pela família comandada pela empresária Janea Maria Mota Santos Dantas.
Uma quarta unidade também está prevista, mas será para diversificar a produção, agregando mais dois produtos ao portfólio: nutrição animal e floco de milho. “Agora vamos vender cuscuz com leite”, brinca Flávio Dantas, diretor-geral da Natville e filho de Janea. A mesma matéria-prima, o milho, será usada nas duas linhas produção da nova unidade, que deve entrar em operação em 2025, em Sergipe.
Com os novos laticínios, a Natville vai elevar a produção de 900 mil litros dia para 1,5 milhão de litros. A entrada em operação desses fabricas abrirá duas mil vagas de trabalho na região, sem falar nos novos contratos com fornecedores desses estados.
A unidade alagoana fica na cidade de Batalha. O governador de Alagoas, Paulo Dantas, concedeu incentivo locacional à fábrica de laticínios, dentro do Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado (Prodesin). O terreno de seis hectares para implantação da fábrica foi doado em agosto do ano passado. O governo também destinou uma área vizinha para a instalação de um polo industrial que atenderá aos produtores de leite, o que deve atrair novas empresas do setor para a região.
Alagoas se tornou um destino atrativo para empresas do setor porque o estado tem adotado medidas tributárias de estímulo, como a isenção do ICMS na cadeia do leite. No estado a empresa prevê beneficiar aproximadamente 300 mil litros de leite por dia, além de projetar um faturamento anual de R$ 1 bilhão. Um dos aspectos relevantes desse investimento é o acréscimo de R$ 0,20 no preço do litro de leite pago ao produtor. “É um ganho significativo para os criadores”, comenta Flávio Dantas.
Outros estados
Na Bahia, porém, o incentivo é mais burocrático, já que o estado adota como pratica renovar anualmente a isenção do crédito presumido. Naquele estado, a Natville optou por comprar a fábrica de um antigo concorrente que entrou em recuperação judicial. A burocracia do processo, porém, atrasou o início das operações em quase quatro anos. “Acreditamos que a operação de Batalha vai começar ainda em 2024”, avalia Flávio Datas.
Em Pernambuco, onde a isenção alcança até produtos artesanais, a competitividade fica mais acirrada. No entanto, o estado tem uma localização estratégica para empresa na distribuição de seus produtos, já que o estado fica mais centralizado geograficamente no Nordeste.
A unidade de beneficiamento de leite projetada para Pernambuco conta com capacidade de processamento para mais de 200.000 litros de leite por dia e deve gerar quase 100 empregos diretos, realizando a coleta em mais de 600 produtores e colaborando de forma direta. “Vamos colaborar para o desenvolvimento da cadeia produtiva de leite do Estado de Pernambuco. Inicialmente, a intenção é produzir itens de linha UHT, que serão comercializados principalmente nos Estados do Norte, Nordeste e Sudeste”, diz Dantas.
História da Natville
A empresa foi fundada em 16 de julho de 1996 pela empresária Janea Maria Mota Santos Dantas e o esposo Valderício Souza Dantas. Nativos de Nossa Senhora da Glória (SE), eles criaram a empresa a partir da produção de mussarela com 400 litros de leite que recebiam diariamente do sogro de Janea.
Quase 28 anos depois, a empresa coleta aproximadamente 900.000 litros de leite todos os dias, abrangendo quase 2.000 produtores, gerando empregos indiretos para mais de 20.000 pessoas em propriedades rurais e comércios dos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia. Gerando mais de 900 empregos diretos, nos municípios sergipanos de Nossa Senhora da Glória e Canindé de São Francisco, e em União dos Palmares no estado de Alagoas, a NATVILLE produz mais de 30 produtos, tais como: bebidas lácteas, queijo mussarela, queijo de coalho, queijo prato, requeijões cremosos, manteigas, leite UHT, soros de leite, dentre outros. Os produtos são comercializados em todo o Brasil por atacadista, redes comerciais, pizzarias, hotéis, indústria alimentícias e varejistas.
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