A empresa chinesa Goldwind inaugurou uma fábrica de turbinas eólicas em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, na Bahia. O grupo prevê um investimento de R$ 100 milhões no empreendimento que se instalou no antigo complexo da General Eletric (GE). A unidade pode produzir até 150 turbinas por ano e gerar até 100 empregos diretos. É a primeira fábrica da Goldwind fora da China.
Uma das maiores fabricantes de turbinas do mundo, a Goldwind produzirá equipamentos com potência entre 5,3 e 7,5 megawatts (MW) enquanto a capacidade dos aerogeradores nacionais alcançam pouco mais de 6 MW, segundo informações da companhia.
A expectativa da empresa é de que a fábrica baiana responda por uma fatia de 25% a 30% do mercado brasileiro, que será prioritário. A planta também poderá exportar equipamentos para outros países da América do Sul pelo Porto da Bahia. Com mais de 86 GW em turbinas eólicas instaladas em 32 países, a Goldwind quer reforçar a expansão para a América Latina passando pela produção que sairá da Bahia.
De acordo com o presidente do Grupo Goldwind, Cao Zhingang, a unidade baiana é um marco para a companhia e vai “atender o crescente mercado brasileiro de energia limpa. Acreditamos no potencial do Brasil e da Bahia para se tornarem líderes globais em energias renováveis, e esta fábrica reforça nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável”. Os equipamentos a serem produzidos pela Goldwind poderão ser financiados pelo BNDES Finame.
A Bahia é uma das maiores produtoras de energia eólica do Nordeste. “Não é apenas a inauguração de uma indústria de produção de aerogeradores. Faz parte de uma política de transição energética. Porque esse equipamento, com os insumos, ajudará a gente a produzir uma matriz energética mais forte”, afirmou o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). Os entendimentos para a instalação do empreendimento entre a empresa e o governo da Bahia foram iniciados há mais de dois anos.
Parque de fábricas da indústria eólica
A fábrica da Goldwind faz parte de um projeto de criação de um parque de fornecedores de componentes eólicos a ser formado por pelo menos seis empresas, incluindo a Sinoma, que assinou um protocolo de intenções em fevereiro de 2023 para implantar uma unidade de produção de pás eólicas com investimento de US$ 20 milhões (cerca de R$ 104 milhões) e a Thyssenkrupp que negocia com o governo da Bahia um investimento superior a R$ 300 milhões.
A Bahia é um dos principais polos de geração de energia eólica do País. Em 2024, o estado foi o maior produtor de energia eólica do Brasil. Estão instaladas na Bahia 342 centrais geradoras em operação comercial no estado, acrescentando mais de 10.123 MW à potência instalada de geração elétrica. Isso corresponde a mesma potência instalada pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
*Com informações do governo da Bahia
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