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Inflação de setembro é maior para as famílias de menor renda, analisa Ipea

Da Redação O Indicador de Inflação por Faixa de Renda apontou aceleração da taxa de inflação para todas as faixas de renda no mês de setembro. O estudo foi divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta sexta-feira (15), e revelou que a inflação foi mais acentuada para as famílias de renda muito baixa […]

Da Redação

O Indicador de Inflação por Faixa de Renda apontou aceleração da taxa de inflação para todas as faixas de renda no mês de setembro. O estudo foi divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta sexta-feira (15), e revelou que a inflação foi mais acentuada para as famílias de renda muito baixa (1,30%), comparativamente à apurada no grupo de renda mais elevada (1,09%). 

O grupo de habitação foi o que mais contribuiu para a alta inflacionária das famílias dos três segmentos de renda mais baixa em setembro. Para essas famílias de renda muito baixa, os reajustes de 6,5% das tarifas de energia elétrica, de 3,9% do gás de botijão e de 1,1% dos artigos de limpeza, foram os principais responsáveis pela alta do grupo habitação. Esse aumento responde por mais da metade da inflação para o segmento. 

O segundo segmento que mais influenciou a inflação das famílias de menor renda foi o de alimentos em domicílio, puxados especialmente pelo aumento das frutas (5,4%), das aves e ovos (4,0%) e dos leites e derivados (1,6%). Já para as três faixas de renda mais alta, assim como ocorreu em agosto, o maior impacto partiu do grupo de transportes. A alta inflacionária desse segmento foi influenciada pelos reajustes de 2,3% da gasolina, de 28,2% das passagens aéreas e de 9,2% dos transportes por aplicativo. 

Apesar de a inflação em setembro de 2021 ter ficado acima da registrada no mesmo mês de 2020, para todas as classes de renda pesquisadas, o diferencial entre as taxas foi, novamente, maior para as famílias de renda mais alta. As deflações observadas nos planos de saúde (-2,3%) e em serviços pessoais e de recreação, como cabeleireiro (-0,37%) e hospedagem (-0,47%), impactados pelas medidas de restrição social, bem como os aumentos menos intensos em itens de  maior peso da cesta de consumo, como gasolina (1,9%) e passagens aéreas (6,4%), explicam o desempenho melhor da inflação, no ano passado, nessa faixa que concentra os maiores rendimentos. 

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Já para as famílias de menor renda, apesar da alta bem mais intensa dos alimentos no domicílio em setembro de 2020, especialmente do arroz (18%), feijão (4,3%), carnes (4,5%) e óleo de soja (27,5%), o desempenho mais benevolente da energia elétrica (0,07%), do gás de botijão (1,6%), dos aluguéis (0,11%) e dos artigos de higiene (0,20%), no ano passado, explicam essa taxa de inflação mais amena.

Os dados acumulados nos últimos 12 meses revelam que, embora a pressão inflacionária tenha acelerado para todas as faixas de renda, a inflação acumulada nas famílias de renda mais baixa (11%) é 2,1 pontos percentuais maior que a registrada na classe de renda mais alta (8,9%).

Para as famílias de renda muito baixa, os dados revelam que, além dos aumentos nos preços dos alimentos no domicílio, como carnes (24,9%), aves e ovos (26,3%) e leite e derivados (9,0%), os reajustes de 28,8% da energia e de 34,7% do gás de botijão explicam grande parte da alta inflacionária nos últimos 12 meses. Já para as famílias com maiores rendimentos, a inflação acumulada no período é impactada, sobretudo, pelas variações de 42,0% dos combustíveis, de 56,8% das passagens aéreas, de 14,1% dos transportes por aplicativo e de 11,5% dos aparelhos eletroeletrônicos.

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