Mais de 63 mil famílias de 72 municípios do Ceará que apresentam vulnerabilidade social, climática, hídrica ou alimentar, serão beneficiadas pelo financiamento de R$ 250 milhões do BNDES para o projeto Sertão Vivo. O dinheiro será destinado para desenvolver a agricultura familiar, implantando sistemas de produção resiliente a mudanças climáticas e construindo reservatórios de água para uso na lavoura.
O projeto Sertão Vivo é uma ação do Governo Federal em parceria com o BNDES e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU (Fida), e pretende desenvolver a agricultura familiar e a economia local nas regiões interioranas do Nordeste, gerando um impacto socioeconômico com cuidados ambientais.
A implementação de novos sistemas que sejam resistentes às mudanças climáticas será importante não apenas para a produtividade agrícola, mas também para fortalecer a comunidade perante essas variações. O plano também visa aumentar o acesso à água nessas regiões, fato fundamental para os sistemas que serão implantados, a partir da construção de reservatórios de água para uso no cultivo, como cisternas-calçadão, barreiros, trincheiras e barragens subterrâneas.
O acordo firmado na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, com a presença do governador do Ceará, Elmano de Freitas, vai de encontro com Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 do estado e também está alinhado ao seu planejamento a longo prazo, chamado “Ceará 2050”, que pretende reduzir a pobreza rural, melhorar o acesso à água potável, melhorar do padrão de vida dos agricultores familiares, e aumentar a inclusão socioeconômica e sustentabilidade ambiental.
Importância do Sertão Vivo
Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES, comentou a importância do projeto e a expectativa de virar uma referência. “Assinamos o contrato do Sertão Vivo com o Ceará, primeiro estado a aprovar os projetos no BNDES, e o primeiro do Nordeste a assinar o contrato de R$ 250 milhões, chegando a 200 mil pessoas na área rural cearense. O Sertão Vivo vai ser referência também para o mundo, gerando resiliência climática, aumentando a produção de alimentos, enfrentando a pobreza e a crise climática”.
Os recursos destinados pelo BNDES são divididos em duas parcelas, uma reembolsável e outra não reembolsável. A parcela reembolsável é o financiamento, que tem o valor de R$ 212 milhões, já a não reembolsável é a parte que não precisará ser paga, o valor aproximadamente R$ 39 milhões.
Ao todo, serão destinados R$ 1,8 bilhão a todos os nove estados do Nordeste. A estimativa é de que o Sertão Vivo beneficie no total, com as operações em toda a região, cerca de 500 mil famílias (aproximadamente 2 milhões de pessoas) em situação de vulnerabilidade.
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