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PE e BA têm maiores taxas de desocupação no Brasil no 2º semestre

A maior queda no período foi observada na Bahia (-2,9 pontos percentuais), já que o estado passou de uma taxa de desocupação de 14% no primeiro trimestre para 11,1% no segundo trimestre, ficando atrás apenas de Pernambuco (11,5%).
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O número de pessoas que buscavam trabalho por dois anos ou mais recuou para 1,7 milhão, menor valor de desocupação para um segundo trimestre, desde 2015. Foto: Agência Brasil

A taxa de desocupação no segundo trimestre de 2024 caiu para 6,9%, recuando um ponto percentual (p.p.) frente ao primeiro trimestre e chegando ao seu menor valor para um segundo trimestre desde 2014 (6,9%). As maiores taxas de desocupação foram de Pernambuco (11,5%), Bahia (11,1%) e Distrito Federal (9,7%) e as menores, de Santa Catarina (3,2%), Mato Grosso (3,3%) e Rondônia (3,3%). Além das 15 unidades da federação com quedas nessa taxa, as outras 12 não mostraram variações estatisticamente significativas no indicador.

É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (15/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior queda foi observada na Bahia (-2,9 pontos percentuais), já que o estado passou de uma taxa de desocupação de 14% no primeiro trimestre para 11,1% no segundo trimestre. Apesar disso, o mercado de trabalho baiano apresenta o segundo maior índice do país, ficando atrás apenas de Pernambuco (11,5%).

Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostras de Domicílios do IBGE, “a queda da taxa de desocupação em nível nacional no segundo trimestre de 2024 também foi observada regionalmente, com 15 unidades da federal registrando queda significativa desse indicador, sendo os destaques Piauí e Bahia, onde a retração foi superior a dois pontos percentuais. Vale ressaltar que nos estados onde a queda não foi estatisticamente significativa, o panorama foi de estabilidade. Dessa forma, nenhum estado apresentou aumento da taxa de desocupação na comparação com o primeiro trimestre de 2024”.

Além da Bahia, outros nove estados tiveram queda acima da média nacional: Piauí (-2,4 pontos percentuais, ao passar de 10% para 7,6%), Amazonas (-1,9 ponto percentual, ao passar de 9,8% para 7,9%), Alagoas (-1,8 ponto percentual, ao passar de 9,9% para 8,1%), Tocantins (-1,7 ponto percentual, ao passar de 6% para 4,3%), Acre (-1,7 ponto percentual, ao passar de 8,9% para 7,2%), Espírito Santo (-1,4 ponto percentual, ao passar de 5,9% para 4,5%), Maranhão (-1,1 ponto percentual, ao passar de 8,4% para 7,3%), Ceará (-1,1 ponto percentual, ao passar de 8,6% para 7,5%) e Pará (-1,1 ponto percentual, ao passar de 8,5% para 7,4%).

Minas Gerais e São Paulo tiveram a mesma queda da média nacional, sendo que o primeiro recuou de 6,3% para 5,3% e o segundo, de 7,4% para 6,4%.

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Com quedas menos intensas do que a média nacional, aparecem Goiás (-0,9 ponto percentual, ao passar de 6,1% para 5,2%), Rio de Janeiro (-0,7 ponto percentual, ao passar de 10,3% para 9,6%) e Santa Catarina (-0,6 ponto percentual, ao passar de 3,8% para 3,2%). Este último estado apresentou a taxa mais baixa entre todas as unidades da federação.

Mato Grosso e Rondônia mantiveram-se estáveis e com taxas semelhantes a Santa Catarina (3,3%). Ainda na casa dos 3 pontos, aparece Mato Grosso do Sul, com 3,8%.

Além desses, apresentaram estabilidade na taxa de desocupação, Paraná (4,4%), Rio Grande do Sul (5,9%), Roraima (7,1%), Paraíba (8,6%), Amapá (9%), Sergipe (9,1%), Rio Grande do Norte (9,1%), Distrito Federal (9,7%) e Pernambuco (11,5%).

Desocupação cai mais de 10% em todas as faixas de tempo de procura

No segundo trimestre de 2024, em todas as faixas de tempo de procura por trabalho a população desocupada recuou acima dos 10%: o grupo dos que buscavam trabalho por menos de um mês teve redução de 10,2%, o dos que procuravam trabalho de um mês a menos de um ano diminuiu 11,0%, o contingente dos que buscavam trabalho por um ano a menos de dois anos recuou 15,2% e a faixa com maior tempo de procura (dois anos ou mais) teve a maior redução percentual: 17,3%.

Além disso, o número de pessoas que buscavam trabalho por dois anos ou mais recuou para 1,7 milhão, seu menor valor, para um segundo trimestre, desde 2015. Segundo Adriana Beringuy, “o crescimento da ocupação tem refletido positivamente entre os que buscam trabalho, à medida que passam a registrar menor tempo de procura. O crescimento da demanda por trabalhadores em várias atividades, como comércio e serviços de baixa ou alta complexidade, tem contribuído para a retração desse tempo de procura. Como exemplo, nesse segundo trimestre de 2024, o contingente de pessoas que buscavam trabalho por dois anos ou mais atingiu seu menor valor para um segundo trimestre, desde 2015”.

Santa Catarina tem a menor taxa de informalidade

A taxa de informalidade para o Brasil foi de 38,6% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Pará (55,9%), Maranhão (55,7%) e Piauí (54,6%) e as menores, com Santa Catarina (27,1%), Distrito Federal (29,8%) e São Paulo (31,2%).

Para a analista do IBGE, “as regiões Norte e Nordeste possuem taxas de informalidade maiores que a média nacional. Isso decorre da maior presença de trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e, mesmo entre os empregados, de uma menor cobertura da carteira assinada”.

A taxa de informalidade da população ocupada é calculada considerando-se os empregados no setor privado e os empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, além dos empregadores e trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e dos trabalhadores familiares auxiliares.

Frente ao primeiro trimestre, rendimento cresce no Sul e no Nordeste

No segundo trimestre de 2024, frente ao trimestre anterior, o rendimento médio real da população ocupada cresceu nas regiões Sul (R$ 3.528) e Nordeste (R$ 2.238), com estabilidade nas demais. Já em relação ao mesmo trimestre de 2023, o rendimento médio cresceu no Sul, Nordeste e Sudeste (R$ 3.627), com estabilidade no Norte (R$ 2.508) e Centro-Oeste (R$ 3.641).

Estimada em R$ 322,6 bilhões, a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos do país cresceu nas duas comparações: frente ao trimestre anterior (R$ 311,8 bilhões) e também ao 2º trimestre de 2023 (R$ 295,4 bilhões). Frente ao 1º trimestre de 2024, a massa de rendimento cresceu em todas as grandes regiões, exceto no Centro-Oeste, que apresentou estabilidade. Entre as cinco grandes regiões do país, o Sudeste tinha a maior massa de rendimento real (R$ 165,0 bilhões) no 2º trimestre de 2024.

Taxa de desocupação das mulheres é de 8,6% e a dos homens, 5,6%

A taxa de desocupação por sexo foi de 5,6% para os homens e 8,6% para as mulheres no segundo trimestre de 2024. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (5,5%) e acima para os pretos (8,5%) e pardos (7,8%).

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (11,5%) foi maior que as dos demais níveis de instrução. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,1%, quase o dobro da verificada para o nível superior completo (3,6%).

Mais sobre a pesquisa

A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho do Brasil. A cada trimestre, dois mil entrevistadores integrados às mais de 500 agências da rede de coleta do IBGE visitam uma amostra de 211 mil domicílios, percorrendo cerca de 3.500 municípios situados nas 27 unidades da federação do país.

Em função da pandemia de Covid-19, a partir de 17 de março de 2020 o IBGE implementou a coleta por telefone na PNAD Contínua. Em julho de 2021, a coleta da pesquisa voltou a ser presencial.

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