Em nota divulgada pela sua assessoria, o prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (PT), comunicou que, “atendendo recomendações médicas e pedido da família”, não disputará a reeleição em outubro. A decisão do gestor de sair do páreo vem na esteira de uma soma de problemas, que vão além da questão de saúde e tem a ver também com a rejeição no município. Em 2008, o prefeito fez movimento similar, de não disputar a reeleição, mas voltou atrás.
Nas últimas duas semanas o gestor realmente teve problemas de saúde e ficou praticamente sem agenda, por causa de uma forte gripe, com moleza no corpo. Mas não seria motivo para sair da disputa, dizem aliados.
O que estaria pegando é o prefeito enfrenta uma forte rejeição, assim como o seu principal adversário, o ex-prefeito Junior Matuto (PSB), que tem um bom volume na pré-campanha e vinha conquistando espaço no município. Além disso, o nome do PSDB, o ex-deputado Ramos, tem baixa rejeição, o apoio da governadora Raquel Lyra e vem apresentando um crescimento consistente.
Yves comunicou a senadores
A decisão provocou revolta nos petistas. O prefeito havia trocado o MDB pelo PT em novembro do ano passado. E era uma das apostas certas do partido para conquistar a reeleição.
Após tomar a decisão de que não iria para a reeleição, Yves ligou na noite da quarta-feira (17) para os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão para comunicar a desistência. Até os assessores próximos foram pegos de surpresa. Pela manhã, divulgou uma nota curta em que afirma que desistiu da disputa por “recomendações médicas e apelos da família”.
“Com o coração ferido, mas com a alma leve e a cabeça erguida do dever cumprido ao longo dos quase quatro anos de mandato à frente da Prefeitura, faço questão de agradecer imensamente a todos os meus colaboradores pela parceria em prol da melhoria da qualidade de vida da população, bem como pelo respeito à coisa pública”, disse o prefeito, na nota
A partir de então, começaram a surgir rumores sobre o caminho no PT no município, o sexto maior em número de eleitores no Estado.
O nome mais citado para substituir Yves na disputa seria o do ex-deputado Sérgio Leite, mas lideranças petistas argumentam que seria uma eleição muito difícil, e ele iria para o risco, pois tem a eleição para vereador no município praticamente consolidada. Há também a possibilidade de caminhar com o ex-secretário de Obras e Serviços Públicos de paulista, George Freitas, muito ligado a Yves.
Um outro caminho para o partido seria embarcar em uma outra candidatura. Mas há alguns poréns. O PT olha enviesado para o pré-candidato do PSB, Junior Matuto, que fez uma campanha agressiva contra o partido nas últimas eleições.
Outra possibilidade será o do ex-secretário Francisco Padilha, do PDT. O problema seria a pouca competividade até o momento dele, que não passa de dois pontos percentuais.
Yves e a “desistência” em 2008
No município, muito recordam, ainda, que em 2008, o então prefeito Yves Ribeiro havia decidido não disputar a reeleição. Iria trocar o domicílio eleitoral para disputar em Igarassu. A vice seria Giovana Uchoa, filha do então presidente da Alepe, Guilherme Uchoa.
No dia em que faria a mudança de domicílio, Yves voltou atrás, colocou um trio elétrico na porta da prefeitura e anunciou que iria disputar a reeleição em Paulista.
Há quem veja um movimento semelhante agora, pois em 2008 o prefeito também amargava índices altos de rejeição. E o movimento resgatou a sua candidatura é o levou à reeleição.
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