Nem Luciana Santos (PCdoB), nem Gleide Ângelo (PSB). O candidato da frente de esquerda em Olinda será o vereador Vinícius Castello, do PT. O martelo foi batido na noite da segunda-feira (10) e envolveria uma engenharia que, segundo fontes socialistas, passaria pela indicação de Victor Marques (PCdoB) para a chapa do prefeito e candidato à reeleição João Campos.
A pendenga do nome da esquerda vem se esticando há semanas. A indefinição da ex-prefeita de Olinda e hoje ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, provocou desgaste entre o PSB e a Federação que reúne PT, PCdoB e PV. Todos cobravam uma posição de Luciana, que esperou o prazo final de desincompatibilização para anunciar que não seria candidata. Durante esse período, ela buscou uma alternativa para que o ministério ficasse nas mãos do PCdoB, garantia que não conseguiu do presidente. Diante disso, desistiu da disputa.
Apesar de não ter iniciado as caminhadas em busca de apoio em Olinda, a deputada estadual Gleide Ângelo aparecia muito bem colocada nas pesquisas internas de opinião. Em alguns casos, tinha o triplo de intenção de votos da segunda colocada, no caso Luciana Santos. Gleide já negociava com o partido a estrutura necessária para entrar na disputa.
No entanto, por ser do PSB, mesmo partido de João Campos, membros do PT e PCdoB torceram o nariz para a indicação dela. A situação se complicou ainda mais com o desejo do prefeito do Recife de ter o amigo de infância e seu chefe de gabinete, Victor Marques, na sua chapa.
João Campos até fez uma jogada para tentar agradar a Federação partidária do PT, PCdoB e PV. Na reta final do prazo permitido por lei para filiação de quem pretendia disputar as eleições municipais, filiou Victor ao PCdoB. Desta forma contemplaria as legendas aliadas. Só faltou combinar com os partidos.
Impasse no Recife e Olinda
Enganchado no Recife e no limbo em Olinda, a solução encontrada para os impasses seria retirar a candidatura de Gleide Ângelo em Olinda, colocando Vinícius Castello em seu lugar; e deixando o caminho livre para que João indicasse Victor Marques.
Pelo acordo, seria montada uma grande frente de respaldo à candidatura Castello, com o compromisso de ajudar na campanha para catapultar o nome do petista na campanha. A própria Gleide Ângelo teria papel importante durante a campanha, indo para a rua defender o nome de Vinícius.
Se a questão de Olinda parece pacificada, com todos os partidos já aceitando a cabeça de chapa do PT e uma discussão posterior sobre o vice, nas hostes petistas o vice de João Campos ainda não foi totalmente assimilado. Integrantes do partido dizem não se sentir contemplados com a solução encontrada para a indicação de Victor, o filiando ao PCdoB. Nos bastidores afirmam que, na verdade, não passa de uma chapa puro-sangue do PSB camuflada. E entreouvidos dizem que não vão se engajar na campanha do prefeito João Campos, caso a chapa for mantida.
Vinícius em Brasília
Já investido como pré-candidato da frente de esquerda em Olinda, Vinícius Castello desembarcou no início da noite em Brasília desta terça-feira (11) para uma série de reuniões na Capital Federal, nas quais deve ser confirmada não só a sua pré-candidatura, como também debatida a questão da vice.
Indagado pelo Movimento Econômico sobre a expectativa para os dias em Brasília, ele disse que até a sexta-feira (14) vai conversar com os representantes dos partidos que compõe o campo da esquerda em Olinda para referendar o seu nome e definir a participação de cada legenda. A deputada Delegada Gleide Ângelo, inclusive, é esperada nesta quarta-feira (12) em Brasília para participar de reuniões.
“Temos um palanque amplo em Olinda, com nomes importantes. O senador Humberto Costa disse esperar que o presidente Lula vá a Olinda para defender o candidato do nosso campo. Na cidade, há uma expectativa para o anúncio do candidato de esquerda, pois já há quatro ou cinco candidatos de centro-direita. Espero que até o fim de semana tudo esteja definido”, ponderou Vinícius Castello, usando a cautela para falar sobre a sua indicação.
Veja também:
Jogo eleitoral de 2024 leva mudança à PCR e ao Governo do Estado
