A Alagoas Ambiental é a única empresa do estado que beneficia pneus de forma ecologicamente correta. A indústria de transformação consegue processar até 3.000 pneus por dia, o equivalente a 20 toneladas, abastece indústrias no estado e está ampliando sua distribuição para outros estados do Nordeste. O processo é realizado na Central de Tratamento de Resíduos, na cidade de Pilar, na Região Metropolitana de Maceió.
“Todos os pneus ficam armazenados numa área coberta, até iniciarmos o processo de beneficiamento. Primeiro, tiramos a capa e isso possibilita a retirada do arame de aço, que é separado e reciclado. Depois o pneu é cortado e segue para o triturado, onde são picotados em pedaços menores, os chamados ‘chips’. Eles são utilizados como combustível em indústrias, como as cimenteiras e substituem o uso de combustíveis fósseis, com um custo bem menor”, detalha o diretor operacional, Marnes Gomes.
Por mês, a empresa tem processado cerca de 400 toneladas de pneus que não possuem mais condições de uso. Atualmente, a produção dos chips de borracha é encaminhada para indústrias que produzem cimento, no município de São Miguel dos Campos, em Alagoas. O produto já é vendido também para indústrias no município de Laranjeiras, em Sergipe.
Uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (416/2019) permite a utilização de pneus inservíveis como combustível em processos industriais, seguindo as normas técnicas em vigor e atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos, para a reutilização com aproveitamento energético do resíduo.
Os pneus de caminhão, usados em tratores e caminhões, ainda rendem uma média de seis quilos de aço, do aramado interno do pneu, extraídos de cada unidade durante o processo de trituração. Esse material também é processado para ser vendido.
E em junho, quando é celebrado o Mês do Meio Ambiente, a Alagoas Ambiental reforça o compromisso com a natureza e a sociedade.
A indústria quer firmar parcerias para o recolhimento e o recebimento gratuito de pneus. O assessor da diretoria, Tarcísio Neto, detalhou que pessoas físicas, empresas e até o poder público podem fazer o envio.
“Armazenar pneus é um desafio até para os grandes aterros, por causa do volume. Como conseguimos dar a destinação adequada, queremos também dar uma contrapartida social. Se uma prefeitura tem os pneus, pode mandar para a nossa unidade de tratamento que recebemos sem custo nenhum. Empresas que lidam com pneus, como revendedoras e oficinas mecânicas podem encaminhar, também. Se um borracheiro, por exemplo, não tem essa condição de enviar, podemos agendar o recolhimento. Nossa meta é contribuir para a redução total do descarte irregular desse resíduo” conclui.
Impactos dos pneus no meio ambiente
Só no ano passado foram comercializados quase 52 milhões de pneus no Brasil, segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip). Mas infelizmente aproximadamente 450 mil toneladas de pneus são descartadas por ano, o equivalente a 90 milhões de unidades.
Como é feito em borracha, com derivados de petróleo e diversos produtos químicos, esses materiais levam cerca de 600 anos para se decompor, na natureza. O descarte irregular pode contaminar o solo, a água e até o ar, além de provocar problemas de saúde.
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