A possibilidade de exploração da margem equatorial já começa a animar o setor de petróleo e gás no Rio Grande do Norte. A Petroreconcavo e a canadense Enerflex, de olho nessa região considerada o “novo pré-sal”, estão iniciando estudos de viabilidade para a construção de uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) no estado. Já a Petrobras quer acelerar as análises visando a instalação de usinas eólicas offshore na Bacia Potiguar (divisa com o Ceará).
Ao todo, a margem equatorial tem uma extensão de 2,5 mil km entre o Amapá e o Rio Grande do Norte.
Na Bacia Potiguar, que integra a margem, já foi confirmada a descoberta de petróleo no poço exploratório Anhangá, situado próximo à divisa entre os dois estados. Essa reserva está localizada a uma profundidade de 2,1 mil metros.
Margem equatorial pode atrair refinaria de gás para o RN
De olho nesse potencial de negócios, Petroreconcavo e a Enerflex firmaram um memorando de entendimento para avaliar uma UPGN, que funciona como uma planta de refino de gás natural. Se a operação se mostrar viável e for implementada, o projeto será a segunda colaboração entre as duas companhias na infraestruturas de gás.
A petroleira brasileira e multinacional – que atua no fornecimento de equipamentos e soluções para a área de energia – foram parceiras na implantação da UTG (Unidade de Tratamento de Gás) São Roque, na Bahia.
O empreendimento da Petroreconcavo entrou em funcionamento no final de 2023. A instalação, com capacidade de 400 mil m³/dia, atende à produção dos campos Mata de São João, Remanso, Jacuípe e Riacho de São Pedro.
Segundo a Petroreconcavo, “a construção da unidade na Bahia e o acordo para avaliar a instalação de uma UPGN no Rio Grande do Norte é parte da estratégia de aumentar a capacidade de processamento de gás natural da empresa”.
A petrolífera, que tem ações negociadas em bolsa, divulgou, esta semana, um comunicado ao mercado informando a nova parceria. O documento é assinado pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Rafael Procaci da Cunha.
Petrobras pode ter iniciativa pioneira na margem equatorial
Também esta semana, o presidente da Petrobras e a governadora Fátima Bezerra assinaram um memorando de entendimentos (MoU) para estudos de viabilidade visando um projeto-piloto de usina eólica offshore (em alto-mar) no estado.
As análises, incluindo de impacto ambiental, serão realizadas pela companhia, que não fixou prazo para a conclusão.
“O Rio Grande do Norte tem uma vocação natural, um regime de ventos excelente para projetos de eólica offshore e acreditamos que essa vocação do deve ser aproveitada”, disse Prates.
Margem equatorial pode acelerar eólicas offshore no NE?
Os planos da Petrobras no Rio Grande do Norte fazem parte de uma iniciativa bem mais ambiciosa. A empresa avalia a possibilidade de construir 10 projetos próprios de energia eólica offshore, dos quais sete no Nordeste.
O pedido de licenciamento foi feito pela Petrobras ao Ibama, em setembro do ano passado e inclui inclui três áreas no Rio Grande do Norte, três no Ceará e uma no Maranhão. A implantação dessas unidades, se concretizada, vai garantir mais força à região em seu empenho para se posicionar como nova fronteira energética do Brasil.
Entre os locais visados pela companhia, no Nordeste, estão a costa do Maranhão, em uma área de 817 quilômetros quadrados, e a do Rio Grande do Norte, envolvendo margem equatorial, onde a Petrobras prevê parques eólicos com capacidade instalada somada de 7,4 gigawatts (GW).
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