Por Juliana Albuquerque
Com apenas dois anos de existência e representando um case com 82 marcas franqueadas, seis mil franquias e 18 mil empregos diretos, a maior aceleradora de franquias do mundo, a 300 Franchising, mira no Nordeste para expandir seu raio de atuação. A meta da aceleradora, nascida em Joinville e com operação nacional em São Paulo, é a partir de Maceió ampliar sua participação no Nordeste com 30 novas marcas até o fim do próximo ano. Atualmente, apenas seis marcas nordestinas fazem parte do portfólio da aceleradora.
“Durante muitos anos as marcas fizeram uma grande expansão no Sul e Sudeste, incentivada pelas feiras da ABF nessas regiões. A partir dessa realidade, nossa visão foi a de democratizar e levar a força do franchising também para o Nordeste”, revela Leonardo Castelo, presidente da 300 Franchising.
Para entender a força dessa expansão em números, Castelo afirma que essas 30 novas marcas que serão aceleradas tem um potencial mínimo de expandir sua rede em 300 unidades pelo Brasil, cada. “A nossa meta é que o Nordeste tenha nos próximos cinco anos cerca de 10,5 mil franquias espalhadas por todo o Brasil, uma vez que cada uma das 36 marcas que vamos representar tem potencial para abrir 300 unidades franquiadas. Isso significa dizer que as marcas nordestinas que vamos acelerar vai representar em cinco anos a geração de nada menos que 50 mil empregos diretos, levando em conta que cada franquia envolve a contratação de quatro colaboradores, em média”, destaca Leonardo Castelo.
Segundo Castelo, o braço nordestino da aceleradora vai contar com a liderança de dois empreendedores local – Luiz Gusmann e Miguel Teixeira. O primeiro, sócio da Black Beef e franqueado em Maceió da China in Box, e Miguel Teixeira, fundador do Açaí Concept. Essa última, por sinal, acelerada pela 300 Franchising, é um destaque no setor, atualmente com uma rede que agrega 300 unidades franquiadas no Brasil e com meta de chegar a 1000 unidades em cinco anos. “Dentro do grupo conhecemos o Miguel, que se predispôs a ser o nosso braço no Nordeste. Hoje já são oito marcas de Maceió junto com a gente. Dessas oito marcas, a meta da nossa expansão na região é conseguir trazer marcas muito fortes no Nordeste e utilizar nossa força para se tornarem projetos relevantes a nível nacional”, afirma Leonardo.
Ele completa dizendo que na mira da aceleradora estão, primeiramente, marcas que tenham bons empreendedores à frente e franquias com valor de investimento entre R$30 e R$300 mil. “Nosso foco é prospectar negócios com capacidade de execução para colocar o projeto a nível nacional. Feito isso, vamos analisar se esse negócio já é franquia e se tem mais de duas unidades franquiadas. As empresas que ainda não têm maturidade para decolar, vamos colocar o nosso time do Nordeste para acompanhar esses projetos de perto para que no momento certo possamos dar o start para acelerar através da nossa sociedade com a marca”, explica o presidente da 300.
Uma vez no programa de aceleramento da franqueadora, a 300 Franchising atua para entender qual o potencial de consumo da marca e quantas unidades podem caber no Brasil. “Realizamos todo o processo de planejamento estratégico da marca, assim como a execução da expansão dessas unidades”, conta o presidente, que atua tanto com um time para prospectar esses novos negócios quanto quando demandado.
Um modelo inovador
Uma história que une a agressividade das vendas porta a porta com uma fórmula de sucesso pautada em conceitos tecnológicos. É dessa forma que podemos traduzir a essência dessa única e maior aceleradora de franquias do mundo. “Não existe nada mais agressivo em termo de vendas do que a venda porta a porta e somos frutos dessa resiliência e coragem de quem teve seu começo no segmento, através da nossa Ecoville, empresa de venda de materiais de limpeza, fundada em 2007 por mim, meu irmão Leandro e meu pai Edimar”, diz Leonardo. Segundo ele conta, em 2012 abriu sua primeira loja física da Ecoville, que em 2018 se tornou franquia e começou a expandir muito rapidamente, se tornando hoje a maior player do segmento, com mais de 300 unidades pelo País.
O feito acabou chamando a atenção de empresas interessadas. “Final de 2018 fomos procurados por uma marca de Joinville que queria que a gente fizesse a sua expansão e em 1 ano e dois meses depois, tínhamos nos tornando sócio dessa marca e estávamos com 120 contratos fechados. A partir desse ponto, outras marcas conhecidas começaram a nos procurar e toda marca que entrava, crescia”, revela Leonardo, que hoje representa 82 marcas e até o fim deste ano deve ampliar esse número para cem.
Esse modelo, segundo ele, tem inspiração no universo da tecnologia. “Em busca de ampliar o nosso conhecimento, em 2016 nos tornamos empreendedores da Endeavor nas Filipinas e fizemos uma imersão no Vale do Silício. Lá, conseguimos entender e mesclar a agressividade comercial da venda porta a porta com a metodologia ágil das startups”, conta Leonardo, que se orgulha da trajetória da empresa em seu papel de desenvolver o mercado de franchising pelo Brasil.