Thiago Bertacchini*
A crescente sofisticação das ameaças cibernéticas tem desafiado empresas em todo o mundo a reforçar as suas estratégias de segurança. A cada ano, bilhões de dólares são perdidos por fraudes – só no Brasil, foram mais de R$ 2,5 bilhões em perdas em 2022. A necessidade de soluções inovadoras para combater esse problema é mais urgente do que nunca. Num cenário desafiador como este, a inovação pode ser uma poderosa aliada na prevenção de fraudes corporativas.
Antes de nos aprofundarmos nas soluções, é fundamental entendermos a extensão do desafio que as empresas enfrentam: um estudo divulgado com dados do Banco Central mostra que o Brasil sofre 2,8 mil tentativas de fraude financeira por minuto. Entre 2021 e 2022, a Serasa Experian destaca que os segmentos que tiveram maior aumento na identificação foram o varejo, com crescimento superior a 70%, e o financeiro, com quase 22% de aumento. Este cenário alarmante demonstra a urgência da adoção de medidas mais eficazes.
Autenticação multifatorial e análise biométrica comportamental: inovações que fazem a diferença
A autenticação multifator é uma das ferramentas mais poderosas disponíveis atualmente. Ao exigir múltiplos fatores de autenticação, como senha, token e biometria, as empresas podem criar camadas adicionais de segurança, dificultando a vida dos fraudadores.
A biometria física, por sua vez, é uma inovação que revolucionou a forma como nos identificamos. Impressões digitais, reconhecimento facial e até padrões de voz podem ser usados para validar um usuário – e são frequentemente usados como soluções de gerenciamento de acesso – mas não mudam durante a sessão e, portanto, têm suas próprias limitações.
Mas uma prática que certamente aumenta consideravelmente a eficácia da prevenção à fraude é compreender o comportamento do usuário, de uma forma que vai além da simples verificação de credenciais. A biometria comportamental refere-se a padrões de atividade do usuário que podem ser usados para determinar a identidade do usuário, e a autenticação biométrica comportamental refere-se ao uso desses indicadores em uma função de segurança. Ele funciona verificando a consistência do comportamento atual em relação aos dados históricos anteriores. Se algo estiver incomum, será sinalizado como um risco e disparado um sinal para verificação adicional.
A biometria comportamental são pontos de dados baseados no resultado das ações físicas do usuário – como os usuários usam o teclado, o mouse ou navegam pela tela sensível ao toque, isso cria pressionamentos de teclas ou padrões de navegação. A autenticação biométrica comportamental fornece uma camada extra de proteção contra fraudes online. O que faz com que esta tecnologia se destaque é a sua versatilidade – não é uma configuração de segurança comum, mas um elemento-chave que pode ser aplicado em diferentes contextos para uma melhor precisão em fraudes.
É fundamental que as organizações invistam em soluções de ponta, ficando um passo à frente dos fraudadores. A segurança cibernética não é apenas uma necessidade, mas também uma vantagem competitiva que pode definir o sucesso dos negócios.
*Thiago Bertacchini é desenvolvedor de Negócios Sênior da Nethone
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