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Brasileiro quer crédito para cuidar da saúde e viajar

Segundo dados do índice, 76,7% dos pedidos de crédito foram realizados por brasileiros sem nível superior.

Cuidar da saúde ou viajar. De acordo com o balanço anual do Índice FinanZero de Empréstimo (IFE), um correspondente bancário online, esses desejos têm movido os brasileiros que buscaram empréstimos. Os tomadores de crédito também desejam ter opções mais flexíveis de contratação de recursos.  Pagar dívidas, porém, ainda é o principal fator que impulsiona a busca por dinheiro emprestado.

Os dados aponta que, nos dois últimos anos, as solicitações como foco no investimento em saúde, foram as que mais cresceram, com um salto de 208%, seguido por viagens, que registrou um aumento de 189%.

(Crédito: base de usuários da FinanZero, dezembro/22)


O movimento acompanhou o crescimento dos próprios pedidos de empréstimo como um todo, que em 2022 cresceram 16% em relação a 2021, e 128% ante 2020. Neste período, os brasileiros demonstraram preferência pelas modalidades de empréstimo online. Só em dezembro do último ano, 68% dos solicitantes disseram preferir esta opção em detrimento das agências físicas.

Crédito para pagar dividas

A principal razão para a solicitação de um dinheiro a mais seguiu sendo o pagamento de dívidas. De acordo com os dados de buscas no Google, em dezembro, os internautas pesquisaram opções de empréstimos online, com garantia de celular e com fácil aprovação para negativados quitarem seus boletos. Um dos principais motivos era o pagamento da conta de energia. Até um dos modelos de empréstimo ilegais como a agiotagem cresceu 130% nas buscas.

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Essa instabilidade econômica tem mostrado o alto nível de endividamento das famílias brasileiras. De acordo com o último levantamento realizado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) 30,3% das famílias apresentaram algum tipo de conta ou dívida em atraso em dezembro.

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Dívidas ainda lideram busca por crédito /Foto: José Cruz/Agência Brasil.

Diferente de 2020, os pedidos de empréstimo para saúde se destacaram no último ano. O motivo fechou 2022 na quinta posição das razões mais comuns, sendo escolhida por 7,3% dos solicitantes. No mesmo movimento, viagens voltou a aparecer no top 10 dos motivos mais comuns, representando 2,3% das solicitações, também acompanhando o aumento do turismo no Brasil. Segundo o Ministério do Turismo, o setor acumulou uma alta de 36,9% no volume de serviços de janeiro a setembro de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021.

“A pandemia deixou muitos brasileiros abarrotados de dívidas. Percebemos isso quando muitos pedidos são feitos apenas para o pagamento de contas básicas. No entanto, a volta da economia também impulsionou muitos a investirem novamente em desejos pessoais. 2023 deve acompanhar esta tendência”, explica Rodrigo Cezaretto, diretor operacional da FinanZero.

Diferente de outras regiões do Brasil, no Nordeste predominou entre os solicitantes de crédito a vontade de investir em um negócio próprio, sendo a principal razão dos pedidos em 8 dos 9 estados da região.

No ranking nacional, completam a lista dos motivos mais populares: pagamento de dívidas (29,1% das solicitações), renovação da casa (15,8%), investimentos (12,5%), estudos (5,6%), compras (5,9%), ativos (4,2%), festas (1,2%) e estética (0,4%).

Maioria dos solicitantes

Segundo dados do índice, 76,7% dos pedidos de empréstimos foram realizados por brasileiros sem nível superior. Os homens foram maioria 50,5% dos solicitantes e a região Sudeste concentrou a maioria dos pedidos (51,3%).

Os dados também revelaram uma diferença significativa entre a renda de quem solicita empréstimo dando garantia um veículo e quem o faz com a própria casa como garantia. Enquanto no primeiro caso a média de renda dos solicitantes ultrapassa os 6 mil reais, no segundo ela fica em 1,5 mil. Os solicitantes com renda menor também são os que mais têm como objetivo dos seus empréstimos a renovação da casa.

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