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Empresas Juniores crescem em meio à crise econômica

Juliana Albuquerque Enquanto o mercado de trabalho para os jovens vive seu pior momento, com uma taxa de desocupação recorde de 31% para os com idade entre 18 e 24 anos, um movimento inverso ganha força na crise. Trata-se da criação de empresa júnior (EJ). No Brasil, em 2016, existiam 380 empresas nesse perfil, número […]

Juliana Albuquerque

Enquanto o mercado de trabalho para os jovens vive seu pior momento, com uma taxa de desocupação recorde de 31% para os com idade entre 18 e 24 anos, um movimento inverso ganha força na crise. Trata-se da criação de empresa júnior (EJ). No Brasil, em 2016, existiam 380 empresas nesse perfil, número que cresceu nada menos que 362% neste ano. Hoje, em todo o País, são 1.378 mil EJs. Juntas, devem faturar neste ano R$75 milhões, crescimento de 681% quando comparado a 2016.

A explicação para essa evolução é simples. É que por meio dessas empresas é possível ofertar ao jovem algo que falta para que ele consiga se inserir no mercado de trabalho após sua formação – a experiência profissional. “A Empresa Junior tem como principais objetivos incentivar o aprendizado prático do universitário em sua área de atuação, aproximá-lo do mercado de trabalho e elaborar projetos de consultoria na área de formação dos alunos”, explica Cícero Damasceno, presidente da Federação de Empresas Juniores de Pernambuco (Fejepe).

Em todo o País, o criação de EJs tem sido exponencial ao longo desses últimos cinco anos. Além das recessões econômicas vivenciadas nesses últimos anos, a implantação de uma legislação específica, a LEI 13.267/16, foi um grande passo rumo ao incentivo do empreendedorismo nas universidades brasileiras, pois viabilizou na concepção desse perfil empresarial. “Em momentos de crises acentuadas, o crescimento das EJs se torna exponencial. Para se ter uma ideia, em 2016, Pernambuco possuía seis empresas juniores, hoje, são 36. Um crescimento de 600%, o que comprova que somos uma resposta ao momento de crise, dando suporte ao desenvolvimento econômico quando o Brasil mais precisa”, revela Damasceno.

Segundo ele, há cinco anos, essas empresas faturavam em média R$300 mil. Para este ano, o objetivo é fechar com R$4,5 milhões de faturamento. “Por ser uma entidade sem fins lucrativos, todo faturamento dessas empresas é investido na educação empreendedora e na formação dos membros da empresa”. explica o presidente da Fajepe.

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Para Diogo da Fonte Martins, atual presidente da A.C.E. Consultoria, vinculada à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), uma das EJs com mais tempo de criação – 28 anos – o papel das empresas juniores é fundamental para a inserção desses jovens estudantes no mercado de trabalho. “Quem enquanto universitário participa de uma empresa júnior, encontra uma oportunidade bem maior após a formação. Pois o papel dessa empresa é desenvolver competências e habilidades desses jovens de maneira prática ainda na universidade. Desta forma, já chegam ao mercado de trabalho com a experiência profissional que o mercado necessita após a formação de fato”, explica.

De acordo com Martins, empresas parceiras de renomes, como Unilever, Ambev, Ernst Young, entre outras, abrem processos seletivos exclusivos para estudantes que participaram de EJs. “Essas empresas reconhecem a nossa qualidade. Sabem que mesmo enquanto júnior, entregamos resultados iguais aos das empresas seniores do mercado. Para isso, temos e damos toda a assistência e suporte aos universitários de vários campos de formação acadêmica, pois o nosso grande objetivo é formar desde cedo pessoas comprometidas com o empreendedorismo”, argumenta.

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