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Chuvas podem reduzir as vendas do comércio em até 30%

Depois de tanta tristeza e luto, as chuvas também prejudicaram alguns setores produtivos. O mais atingido foi o comércio porque com os alagamentos, o consumidor sumiu deixou de circular. “A nossa previsão é de que ocorra uma redução de 20% a 30% das venda nestes 10 dias que começaram na segunda-feira (23) e devem ir […]
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O fluxo de pessoas nas lojas diminuiu por causa das chuvas/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Depois de tanta tristeza e luto, as chuvas também prejudicaram alguns setores produtivos. O mais atingido foi o comércio porque com os alagamentos, o consumidor sumiu deixou de circular. “A nossa previsão é de que ocorra uma redução de 20% a 30% das venda nestes 10 dias que começaram na segunda-feira (23) e devem ir até a próxima quarta-feira (1º), segundo o que está sendo divulgado pelos órgãos de previsão do tempo”, afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife, Fred Leal. Na estimativa da Aloshop-PE o setor perdeu cerca de 7% das vendas com o fechamento, no sábado (28)  dos 12 centros comerciais que funcionam no Grande Recife.  A atual tragédia está sendo comparada as enchentes de 1975/1976, quando ainda não existiam shoppings no Recife.

As chuvas mais fortes começaram na última segunda-feira (23) e ocorreram justamente na última semana de maio, quando já se desenha no ar uma festa que faz o mês de junho ser o mais movimentado, perdendo apenas para o de dezembro, o São João, de acordo com informações da CDL Recife. Nesta segunda-feira (30), o  prefeito do Recife, João Campos (PSB), anunciou a suspensão das festas de São João bancadas pelo município que vai investir os recursos, que seriam gastos na comemoração, na assistência aos atingidos pela tragédia. Até as 17 horas desta segunda-feira, 91 pessoas morreram por causa, principalmente, de deslizamentos de barreiras.

 O cancelamento do São João atinge toda uma cadeia produtiva que inclui bares, restaurantes, realizadores de eventos, artistas, técnicos, além de alguns setores do comércio, como os que vendem confecções, sapatos e acessórios. “Quando  a gente acha que vai voltar ao normal, acontece uma tragédia desta. O momento é de solidariedade. No entanto, o comércio fica apreensivo, porque os juros estão altos, todos os produtos aumentando e o consumidor perdendo o seu poder de compra”, resume Fred Leal. O setor foi muito impactado pela pandemia do coronavírus que começou em março de 2020, passando inclusive alguns períodos com as lojas totalmente fechadas. Fred considera certo investir os recursos da festa municipal na assistência aos atingidos pela chuva. 

Fred Leal fala do impacto das chuvas no comércio
O Presidente da CDL-Recife, Fred Leal, estima que o comércio vai deixar de vender de 20% a 30% durante as fortes chuvas que começaram na segunda-feira (23) Foto: Divulgação

Sem responsabilizar as atuais gestões estadual ou municipal pelos problemas provocados pelas chuvas, Fred diz estamos precisando que os gestores pensem a longo prazo pra que não ocorram problemas que fazem parte da rotina do Recife há mais de 50 anos. “É necessário um planejamento de longo prazo pra que daqui a 30 anos a gente chegue lá. É inadmissível que, no século XXI, as pessoas ainda morem em palafitas”, comenta. 

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife) e outras entidades ligadas ao comércio da capital pernambucana se juntaram para apoiar as ações que estão sendo realizadas pela Prefeitura do Recife e incentivar o varejo a praticar a responsabilidade social. Instalou um ponto de coleta na sede para receber cobertores, lençóis, travesseiros, toalhas, caixas de papelão e sacolas. Tudo que for doado será entregue à Prefeitura do Recife. As doações podem ser feitas de segunda a sexta, das 8h às 17h, na Rua do Riachuelo, 105, Boa Vista.

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O impacto das chuvas nos shoppings

“As chuvas tiveram um impacto natural nos shoppings, porque o fluxo de consumidores diminuiu. As pessoas ficaram receosas em sair de casa”, diz o presidente executivo da Associação dos Lojistas de Shoppings de Pernambuco (Aloshop-PE), Ricardo Galdino. Dos 22 shopings instalados em Pernambuco, os 12 que estão na Região Metropolitana do Recife (RMR) fecharam no último sábado (28), o que nunca ocorreu. As chuvas também atingiram alguns centro de compras. O Sábado é um dos dias mais movimentados nos centros de compra. ” Os sábados geralmente representam cerca de 20% do mês. Deve ocorrer uma queda das vendas de 7% com relação a este sábado que ficou fechado”, explica Ricardo.

Com relação à suspensão das festas de São João promovido pela prefeitura, Ricardo considera “uma questão de bom senso. É melhor investir na assistência às famílias atingidas”. Ele acredita que as famílias vão celebrar as suas festas de São João e isso contribui para as pessoas continuarem consumindo. “Depois de dois anos numa clausura por causa da pandemia, as pessoas vão sair e celebrar o São João com as suas famílias e amigos”, conta, argumentando que isso deve influenciar o consumo.

Repercussão no Vale do São Francisco

Segundo o presidente da Associação dos Produtores do Vale do São Francisco (Valexport), José Gualberto, há 15 dias que estão ocorrendo chuvas – de aspecto moderado – naquela região, uma das maiores produtoras de frutas do Brasil. “Isso nos prejudica em vários aspectos. Primeiro, as chuvas são um vetor de doença para o plantio. Segundo, o mercado mais importante, principalmente para os pequenos e médios produtores, são as cidades maiores do Nordeste. As chuvas, da semana passada, impactaram o consumo das frutas em todas as capitais nordestinas”, afirma. Ele argumenta também que os pequenos e médios produtores geralmente vendem as frutas logo depois que colhem e não tem como armazená-las.

Já a indústria foi atingida indiretamente pelas chuvas, de acordo com o presidente da Federação da Indústria do Estado de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger. “A logística ficou precária, muitos funcionários tiveram dificuldade nas suas residências ou para chegar ao local do trabalho. A escola do Sesi, no Ibura, ficou completamente inundada. Tivemos problemas também no Senai de Paulista”, explica o presidente da Fiepe.

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