A Petrobras divulgou nesta sexta (18) uma nota à imprensa em que defende o reajuste de preços de combustíveis de acordo com o mercado internacional de petróleo. A estatal brasileira informou que esse movimento é necessário para evitar riscos de desabastecimento.
De acordo com a empresa, ajustes de preços são importantes para que o mercado brasileiro continue sendo suprido por distribuidores, importadores e produtores.
A Petrobras informou que os reajustes anunciados no dia 10 de março, que incluíram aumentos de 18% na gasolina e de 24,9% no óleo diesel, foram uma resposta à disparada dos preços internacionais, resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.
Segundo a nota, a Petrobras só fez o reajuste no dia 11 de março, ou seja, duas semanas depois. Ainda assim, a empresa diz que os aumentos só refletiam parte da elevação dos preços internacionais do petróleo, “que foram fortemente impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia”.
Petroleiros criticam política de preços da Petrobras
A empresa destacou ainda que “tem sensibilidade quanto aos impactos dos preços na sociedade e mantém monitoramento diário do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade, não podendo antecipar decisões sobre manutenção ou ajustes de preços”.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) tem criticado sucessivamente a política de preços adotada pela Petrobras, denunciando o PPI (Preço de Paridade de Importação) como lesivo à sociedade brasileira. A FUP lembra que o gás de cozinha já subiu 300% desde 2016 – quando o PPI foi adotado e os demais combustíveis também têm índices de reajustes semelhantes desde então.
“Trata-se de uma política de ‘Robin Hood às avessas’, pois enquanto a população paga preços absurdos, a Petrobras distribuiu em fevereiro R$ 101 bilhões para seus acionistas, referentes aos resultados de 2021”, critica a FUP, ressaltando que do total de dividendos pagos em 2021, a União deve receber cerca de R$ 40 bilhões, pouco mais de um terço do lucro neste ano. “A maior parcela ficará nos bolsos dos acionistas privados, a maioria estrangeiros”, denunciam os petroleiros.
*Com informações da Agência Brasil e da Federação Única dos Petroleiros
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