Por Juliana Albuquerque*
O setor de serviços em Pernambuco cresceu 1% em janeiro de 2022 na comparação com
dezembro de 2021. No Brasil, o índice teve queda de 0,1%, próximo à estabilidade. Com esse resultado, o segmento ficou 3,1% acima do nível pré-pandemia. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação entre janeiro de 2022 e o mesmo período do ano passado, Pernambuco teve alta de 11% no volume de serviços, acima da média nacional, que foi de 9,5%. Na variação acumulada dos últimos 12 meses (fevereiro de 2021 a janeiro de 2022), o avanço do setor de serviços em Pernambuco foi de 12,7% – pouco superior à média brasileira, de 12,2%.
Entre as atividades de serviços abrangidas pela PMS, a categoria Outros serviços (que inclui a compra, venda e aluguel de imóveis, atividades de apoio à agricultura, à pecuária e gestão de resíduos sólidos) teve a maior alta em janeiro, de 28,5%, na comparação com o mesmo período de 2021. Já os Serviços prestados às famílias, que ficaram em primeiro lugar por dez meses, agora estão na segunda posição (27,4%). A categoria inclui, por exemplo, hotéis, bares, academias e salões de beleza, negócios mais dependentes do atendimento presencial.
As outras três atividades que fazem parte do levantamento também alcançaram índices positivos no período. Os Serviços profissionais, administrativos e complementares subiram 9,1%, enquanto os Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio avançaram 8,6%. Já os Serviços de informação e comunicação tiveram alta de 3,5%.
Na variação acumulada dos últimos 12 meses, os Serviços prestados às famílias estão na dianteira, com avanço de 50%. Na sequência, estão os Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (12,5%); Serviços profissionais, administrativos e complementares (10,8%). Outros serviços e o grupo de Serviços de informação e comunicação estão empatados na última posição, com 4,3%.
Serviços relacionados ao turismo
O índice de volume de atividades turísticas, que também faz parte da Pesquisa Mensal de Serviços, teve aumento de 0,2% em janeiro de 2022 em comparação com dezembro de 2021. O estado está em sexto lugar entre as 12 localidades pesquisadas. Os outros dois estados nordestinos presentes no levantamento são Ceará e Bahia, que tiveram alta de 0,9% e queda de 3,9%, respectivamente. A alta no Brasil, por sua vez, foi de 1%.
Quando se compara janeiro de 2022 com o mesmo período do ano anterior, Pernambuco está em quarto lugar, com avanço de 30,6%, atrás de Minas Gerais (49%), Rio Grande do Sul (40,8%) e São Paulo (38,9%). O resultado é ligeiramente superior ao nacional (29,1%). Os outros dois estados nordestinos pesquisados, Bahia (21,2%) e Ceará (18,1%) tiveram avanço menos expressivo.
No acumulado de 12 meses, Pernambuco teve resultado ainda melhor, com variação de 50,8%, a segunda mais alta entre as 12 localidades onde são coletados dados do turismo. O primeiro lugar ficou com a Bahia (55,2%). No Brasil, por outro lado, o índice foi de 30,8%.
Fecomércio-PE analisa cenário
Para o economista da Fecomércio-PE, Ademilson Saraiva, os dados da PMS em janeiro reforçam a ideia de retomada no setor de serviços no estado, sendo puxado principalmente pelas atividades de serviços prestados às famílias, que foram aqueles mais afetados com o período mais rígido do isolamento social provocado pela pandemia do Covid-19.
Mas, embora venha acumulando resultados positivos desde abril de 2021, a variação do índice de vendas acumuladas em 12 meses ainda mostra que nem todas as atividades recuperaram as perdas ocorridas na fase mais aguda da pandemia.
“No agregado do setor, o crescimento nos 12 meses encerrados em janeiro de 2022 foi de 12,7%, contra queda acumulada de 13,7% em janeiro de 2021. As atividades de serviços prestados às famílias se destacam mais uma vez nessa base de comparação, tendo crescido 50,0% até janeiro do ano atual, enquanto no ano passado acumulava queda de 45,4%”, analisa o economista.
Ainda de acordo com Saraiva, neste primeiro trimestre, a escalada nos preços da gasolina e a manutenção de uma bandeira tarifária em caráter de escassez hídrica continuam pressionando o orçamento familiar, o que pode impactar nos próximos resultados da PMS.
“Eles podem vir a mostrar um arrefecimento da demanda para algumas atividades, mesmo em atividades de serviços prestados às famílias”, conclui o especialista.
*Com informações do IBGE em Pernambuco
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