
O mercado de trabalho formal no Nordeste registrou saldo negativo em março de 2025, de acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados na tarde desta quarta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho. Entre os nove estados da região, apenas Bahia, Piauí e Maranhão apresentaram criação líquida de vagas formais no mês. No total, o Nordeste contabilizou 483.677 admissões e 496.716 desligamentos, o que representa um saldo negativo de 13.039 postos de trabalho com carteira assinada.
A Bahia liderou a geração de empregos formais na região com saldo de 2.998 vagas, resultado de 83.957 admissões e 80.959 desligamentos. No acumulado do primeiro trimestre, o estado somou 30.660 novas vagas, com 273.789 admissões e 243.129 desligamentos. O Piauí também encerrou o mês com desempenho positivo, com 1.730 postos criados, provenientes de 14.157 admissões e 12.427 desligamentos. O Maranhão registrou saldo de 1.106 vagas formais em março, com 21.711 admissões e 20.605 desligamentos.
Nos demais estados nordestinos, o desempenho foi negativo. Alagoas teve saldo negativo de 8.492 postos em março, com 14.042 admissões e 22.534 desligamentos, e acumula retração de 12.787 vagas formais no primeiro trimestre de 2025. Pernambuco registrou menos 3.478 vagas, após contabilizar 49.384 admissões e 52.862 desligamentos.
No Ceará, as demissões superaram as contratações em 2.621 vagas, totalizando 47.958 admissões frente a 50.579 desligamentos. O Rio Grande do Norte apresentou saldo negativo de 1.918 postos, com 20.418 admissões e 22.336 desligamentos. Na Paraíba, o saldo foi de menos 916 vagas, com 19.526 admissões e 20.442 desligamentos, e o estado acumula retração de 1.053 postos formais no primeiro trimestre. Sergipe encerrou o mês com saldo negativo de 1.608 vagas, com 11.340 admissões e 12.948 desligamentos, e resultado acumulado de -1.218 no trimestre.
Desempenho nacional no primeiro trimestre
O Nordeste foi a única região do país a apresentar saldo negativo de empregos formais em março de 2025. Enquanto as demais regiões registraram crescimento no número de vagas com carteira assinada, o Nordeste encerrou o mês com retração de 13.199 postos. O Sudeste liderou a geração de empregos no período, com saldo positivo de 48.086 vagas, seguido pelas regiões Sul (24.533), Centro-Oeste (6.962) e Norte (5.170). Das 27 unidades da Federação, 19 apresentaram saldos positivos no mês, evidenciando o desempenho abaixo da média nacional no mercado de trabalho formal nordestino.
No acumulado do ano, de janeiro a março de 2025, três estados do Nordeste registraram saldo positivo na geração de empregos formais. A Bahia lidera com 30.660 novas vagas criadas no trimestre, seguida pelo Maranhão, com 4.037 postos, e pelo Piauí, com 3.947. O Ceará também apresentou desempenho positivo no acumulado, com 3.411 vagas geradas no trimestre. O Rio Grande do Norte soma 399 vagas no período, enquanto a Paraíba acumula perda de 1.053 postos.
Pernambuco totalizou saldo positivo de 1.471 vagas formais no primeiro trimestre. Alagoas teve o pior desempenho da região no acumulado, com retração de 12.787 postos. Sergipe também apresentou retração, com perda de 1.218 vagas formais no trimestre. Esses números indicam que, mesmo diante do desempenho positivo pontual em março, a maioria das unidades federativas da região ainda não recuperou as perdas observadas nos meses anteriores.
Caged: cenário nacional
No cenário nacional, o Brasil criou 654.503 postos de trabalho com carteira assinada no acumulado de janeiro a março de 2025. Apenas no mês de março, foram registradas 71.576 novas vagas, com 2.234.662 admissões e 2.163.086 desligamentos. O setor de serviços liderou a geração de empregos no mês, com 52.459 postos, seguido pela construção civil, com 21.946, e pela indústria, com 13.131 novos empregos.
O desempenho nacional mais robusto em comparação ao saldo negativo no Nordeste reforça a disparidade entre regiões e evidencia a necessidade de medidas mais direcionadas ao mercado de trabalho formal nordestino. O foco em setores estratégicos e o incentivo a atividades produtivas com maior capacidade de absorção de mão de obra são apontados por analistas como caminhos para reverter o cenário atual.
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