
O projeto do novo Cais José Estelita, que inclui um novo sistema viário e dois parques, foi apresentado oficialmente nesta quarta-feira (7), em evento da construtora Moura Dubeux e com a presença do vice-prefeito do Recife, Victor Marques (PCdoB).
A apresentação aconteceu no Espaço MD, que fica localizado no Shopping RioMar, bairro do Pina, Zona Sul do Recife.
O Projeto Novo Cais é fruto de uma parceria entre o Consórcio Novo Recife, a Prefeitura do Recife, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), e contempla a implantação de um novo sistema viário que conectará com mais fluidez o Centro à Zona Sul, a criação de um parque na orla com mais de 33 mil m², além da construção do Parque da Memória Ferroviária com 55 mil m² e da restauração de galpões e casarios históricos.
Com investimento total superior a R$ 140 milhões, as obras já em curso do Projeto Novo Cais incluem a construção do parque da orla, novo sistema viário, restauração dos bens valorados do Parque da Memória Ferroviária, ciclovias bidirecionais, calçadas amplas e acessíveis, nova iluminação pública em LED, redes subterrâneas de energia, internet, água, esgoto e gás natural, além de um novo sistema de drenagem que soluciona gargalos históricos de alagamento na região de São José e o restauro, já realizado, da Igreja Matriz de São José.
Novo sistema viário do Cais José Estelita

Uma das novidades apresentadas foi a previsão de entrega do novo sistema viário da região, projeto com investimento de R$ 50 milhões, que está prevista para junho de 2025, enquanto a conclusão total do parque deve ocorrer até o final de 2026.
O projeto substitui o antigo traçado da Avenida Engenheiro José Estelita e introduz um binário com três faixas de rolamento em cada sentido, além de calçadas amplas, ciclovias bidirecionais e infraestrutura subterrânea completa para redes de energia, internet, gás e saneamento.
A nova configuração dele propõe duas avenidas paralelas: uma junto à margem da Bacia do Pina (sentido Zona Sul–Centro) e outra posicionada atrás dos empreendimentos do Projeto Novo Cais (sentido Centro–Zona Sul).
A presença de retornos entre quadras facilita a redistribuição do fluxo e reduz deslocamentos desnecessários, com impacto direto na fluidez viária. Com cerca de 90% da obra concluída, os trabalhos seguem em ritmo acelerado.

“Estamos recuperando uma área estratégica da cidade, garantindo fluidez no trânsito, priorizando a mobilidade ativa e devolvendo esse espaço histórico à população. Tudo isso com planejamento, parceria e compromisso com o futuro”, afirma o CEO da Moura Dubeux, Diego Villar.
Para o vice-prefeito, “o momento é de muita alegria”. Ele acredita que “serão grandes intervenções para a cidade, que terá ainda mais espaços de lazer.”
Mobilidade urbana e acessibilidade
A malha viária traz ainda avanços em acessibilidade urbana. Calçadas niveladas e amplas, ciclovias seguras, sinalização moderna e iluminação pública em LED foram projetadas com foco na caminhabilidade e na integração entre os modais.
Os empreendimentos do Projeto Novo Cais, a exemplo do Mirante do Cais e Parque do Cais, não têm muros e suas fachadas são conectadas ao ambiente externo, reforçando o conceito de cidade viva. Segundo estudos técnicos de mobilidade, a nova configuração promove uma redução significativa no tempo de deslocamento entre o Centro e a Zona Sul.
“Esse projeto representa um modelo de cidade mais inclusiva e conectada, onde a mobilidade não é pensada apenas para carros, mas também para pedestres, ciclistas e o transporte coletivo. Nossa contribuição vai além da construção física — é um investimento em qualidade urbana e cidadania”, declarou o diretor regional de Incorporação da Moura Dubeux.
Parque na orla
Com obras previstas para iniciar ainda no primeiro semestre de 2025, o parque da orla será um dos maiores e mais inovadores espaços públicos de lazer do Recife, com mais de 33 mil metros quadrados de área.

Localizado na região do Cais José Estelita, o Projeto Novo Cais propõe a construção de 1,7 quilômetros de ciclovias, calçadas duplas e generosas, infraestrutura acessível para pedestres e bicicletas, espaços de convivência para todas as idades, áreas contemplativas, arborização, conforto térmico e bastante integração com o entorno urbano.
Uma das grandes inovações será a transformação da antiga alça do viaduto próximo ao Cabanga, antes um canteiro rodoviário isolado, em uma área verde com lago, vegetação nativa e paisagismo, incorporada de forma orgânica ao parque.
Ao longo de toda a área, haverá espaços pensados especialmente para as crianças, com parques da infância segmentados por faixa etária, oferecendo estruturas seguras e divertidas para o lazer infantil. Os pets também terão vez, com a criação de um parcão destinado à circulação e brincadeiras com cães.
Recuperação de casas históricas
Outro destaque do Projeto Novo Cais é a recuperação e requalificação de três casas históricas localizadas na área do parque.
Esses imóveis serão restaurados e convertidos para uso público, que podem abrigar cafés, livrarias, centros de visitantes e serviços comerciais, ativando a região com usos culturais e afetivos.
O projeto também contempla a implantação de uma praça cívica no prolongamento com a Avenida Dantas Barreto, criando um eixo simbólico entre o Palácio do Campo das Princesas e o mar.
A praça funcionará como uma espécie de marco zero do sul do Recife, com travessia nivelada para pedestres, permitindo que quem caminhar pelas calçadas da Dantas Barreto siga diretamente até a orla.

Parque da Memória Ferroviária
Além do sistema viário e do parque da orla, o projeto urbanístico do Projeto Novo Cais contempla a criação do Parque da Memória Ferroviária, com 55 mil m² de área, dedicado ao resgate e à preservação da história do Recife: o passado ferroviário da cidade.
O parque será implantado na região compreendida entre o Forte das Cinco Pontas e o antigo eixo ferroviário voltado ao transporte de açúcar, trecho que abrigou a segunda linha de trem do Brasil, inaugurada após a Rio de Janeiro–Petrópolis.
A ligação central entre os dois parques será feita por uma grande explanada que conectará os pedestres da Avenida Dantas Barreto à orla da Bacia do Pina, reforçando a ideia de continuidade urbana, fluidez de circulação e ocupação integrada da cidade.
O parque será também um núcleo de preservação e ativação cultural, com a restauração de todos os bens valorados pelo Iphan, entre eles a antiga estação ferroviária, a caixa d’água e cerca de 30 galpões casarios com área de aproximadamente 8 mil m².
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