
O Brasil recebeu, nesta quinta-feira (29), da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o reconhecimento de país livre da febre aftosa sem vacinação. O anúncio do novo status sanitário foi provado na 92ª Assembleia da OMSA, que ocorre na França.
O novo status vai permitir que o Brasil avance para novos mercados na exportação da carne bovina produzida no país. A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) emitiu comunicado onde destacou a conquista brasileira como histórica e falou do empenho de produtores rurais que “durante décadas, promoveram ativamente a vacinação e os controles sanitários em seus rebanhos”.
A Associação também destacou que o novo status sanitário não encerra o trabalho já realizado, mas trará desafios e responsabilidades ao setor para manter o rebanho brasileiro em condições sanitárias adequadas e a fortalecer cada vez mais o papel do País como grande produtor e fornecedor de alimentos de origem animal para o Brasil e o mundo.
“É a primeira vez que o Brasil alcança essa condição de excelência em seus controles sanitários, erradicando do seu território o vírus da febre aftosa. Parabéns à pecuária brasileira”, diz trecho do comunicado.
Já a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) disse que a nova certificação vai ajudar o país a se posicionar em um novo patamar no comércio internacional, e que poderá facilitar o acesso a mercados muito exigentes, como é o caso do Japão.
“Países como Filipinas e Indonésia já manifestaram interesse imediato em importar miúdos bovinos com base nesse novo status sanitário. E estamos utilizando essa conquista como um ativo estratégico em negociações com mercados altamente exigentes, como o Japão”, disse a Abiec.

Zona livre da febre aftosa foi comemorado por entidades em Alagoas
Também presentes à Assembleia da OMSA, o presidente da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), Marco Albuquerque, e o presidente do Sistema Faeal/Senar, Álvaro Almeida, destacaram que a certificação abre caminho para novos mercados, gerando novas oportunidades, além de mais empregos e renda para Alagoas.
O presidente da Adeal falou dos esforços do estado em manter a vacinação do rebanho alagoano, além de oferecer apoio técnico aos produtores do estado.
“A conquista dessa certificação internacional representa a eficácia do Serviço Veterinário Oficial de Alagoas, realizado por meio da Adeal, demonstrando o comprometimento do corpo técnico da agência que não mediu esforços ao longo dos anos para a conquista dessa certificação. Mas o nosso agradecimento especial vai para o produtor rural alagoano que sempre fez sua parte nesse processo, vacinando o rebanho e fazendo a declaração na Adeal. Graças ao criador do nosso Estado, hoje celebramos mais uma conquista histórica”, declarou Marco Albuquerque.
“É uma conquista histórica dos produtores rurais do Brasil e de Alagoas que, há exatamente um ano, obteve uma cobertura vacinal de 94,7% do seu rebanho, após receber a missão de realizar uma campanha em apenas 15 dias, durante o mês de abril de 2024. Eu só tenho a agradecer aos criadores do meu estado, que entenderam nosso apelo e vacinaram em massa seus rebanhos, numa ação conjunta da federação, associações de classe e poder público”, destacou Álvaro Almeida, que esteve à frente da campanha.
Para o presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins, o novo status sanitário é resultado de uma campanha de anos e de um esforço conjunto que envolveu os pecuaristas, as Federações, sindicatos, os estados, governos e políticas públicas voltadas para a erradicação da doença no rebanho em todo o território nacional.
“O anúncio feito hoje, de Brasil livre de aftosa sem vacinação, é um reconhecimento desse esforço, uma grande conquista. Mais do que nunca, o Brasil pode vender carne, um produto de altíssima qualidade, para qualquer país do mundo”, afirmou.
Leia mais: Com alta de 375% em PE, Nordeste expande exportações de carne bovina