Copom reúne-se nesta terça e quarta-feira para avaliar fim de altas da Selic

O Copom reúne-se nesta terça e quarta-feira, em Brasília, para definir a nova taxa Selic. O mercado financeiro espera fim do ciclo de aumento dos juros
Etiene Ramos
Etiene Ramos
Jornalista

Nesta terça-feira (14) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) dá início à sua a quarta reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Amanhã (15), no final do dia, a decisão será anunciada.

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília- FOTO: Marcelo Casal Jr./ Agência Brasil

As instituições financeiras estimam que o Copom deverá encerrar o ciclo de aumento de juros, apesar das pressões atuais sobre a inflação. A edição mais recente do Boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, realizada pelo Banco Central, a taxa Selic deverá passar de 12,75% para 13,25% ao ano, com alta de 0,5 ponto percentual. A expectativa dos analistas de mercado é que a taxa permaneça nesse nível até o fim do ano.

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A conclusão do ciclo de alta da Selic foi sinalizada na ata da última reunião, onde os membros do Copom justificaram que as elevações dos últimos meses ainda estão sendo sentidas pelo mercado. Porém, a guerra entre Rússia e Ucrânia passou a impactar a inflação brasileira, por meio do aumento dos combustíveis, de fertilizantes e de outras mercadorias importadas. A instabilidade na economia norte-americana, que enfrenta a maior inflação nos últimos 40 anos, também têm elevado a cotação do dólar em todo os países, trazendo impactos para o mercado financeiro no Brasil.

Na última edição do Boletim Focus, a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi elevada de 8.89% para 9% em 2022. Neste ano,  a meta de inflação do Banco Central, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Com isso, o limite inferior fica em 2% e o superior em 5%. Para os analistas de mercado o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.

Aperto monetário nos últimos anos

A Selic continua em ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa, que é o principal instrumento para o controle da inflação, permaneceu em 14,25% ao ano. Após essa tendência, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao ano, em março de 2018.

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Depois disso, em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até chegar ao menor nível da história, em agosto de 2020, em 2% ao ano. Começou a subir novamente em março do ano passado, atingindo 10,75 pontos percentuais até agora.

Taxa Selic é referência para o mercado

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, pretende conter a demanda aquecida, causando reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas seguram a atividade econômica. Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, pois a Selic é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Fonte: Agência Brasil

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