O governo da Paraíba deu início à implantação de um sistema de geração própria de energia elétrica por meio de usinas solares fotovoltaicas, que atenderão escolas da rede estadual de ensino e outros órgãos da administração pública. A ordem de serviço para construção e operação das unidades foi assinada pelo governador João Azevêdo (PSB) nesta segunda-feira (9), em João Pessoa.
O investimento é da ordem de R$ 73,4 milhões e prevê a instalação de usinas com capacidade de geração total de 22,98 megawatts-pico (MWp), o que corresponde a aproximadamente 38% da demanda energética dos prédios públicos estaduais. A previsão é de economia anual significativa na conta de energia da administração e geração de 500 empregos diretos e indiretos ao longo da execução do projeto.
As unidades de geração serão construídas nos municípios de Coremas e São Mamede, no Sertão paraibano, em uma área de aproximadamente 150 hectares. O modelo adotado é de parceria público-privada (PPP), com contrato que contempla a construção, operação e manutenção das usinas por um período de 25 anos.
O representante do Consórcio Energia Paraíba, Ricardo Coifman, destacou o pioneirismo da Paraíba com o projeto. Ele também evidenciou o andamento das obras. “Já temos terrenos e obras em andamento de 7,3 MWp e vamos adquirir, a partir de agora, os terrenos para construção dos 14 MWp restantes. A nossa perspectiva é de já entregar os 7,3 MWp até dezembro e o nosso objetivo é contratar mão de obra local – são mais de 500 profissionais envolvidos no projeto. O estado é pioneiro no Nordeste nesse tipo de projeto que marca a transição energética para uma fonte limpa e, principalmente, sustentável porque estamos tratando de descarbonização, que vem de encontro à necessidade da agenda global e nacional em função das mudanças climáticas no país e no mundo”, observou.
Eficiência das usinas solares e sustentabilidade
De acordo com o secretário de Infraestrutura e dos Recursos Hídricos, Deusdete Queiroga, o projeto integra uma estratégia de transição energética da gestão estadual. “É uma medida concreta para reduzir gastos públicos e ao mesmo tempo contribuir com a matriz energética limpa e sustentável do estado”, afirmou.
A energia gerada será destinada a prédios de uso contínuo, como escolas, hospitais e unidades administrativas. O excedente poderá ser compensado em outras unidades, com base no sistema de compensação da geração distribuída, regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Mercado solar no estado e no Nordeste
De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a Paraíba ocupa atualmente a 6ª posição entre os estados do Nordeste em potência instalada de energia solar, com cerca de 490 MW em operação até o primeiro trimestre de 2025. No ranking nacional, o estado tem avançado com projetos públicos e privados, especialmente em regiões com alto índice de irradiação solar, como o Sertão.
O setor de energia solar tem crescido de forma consistente na região Nordeste, que lidera a expansão da fonte solar no Brasil. Estados como Piauí e Bahia concentram os maiores projetos de geração centralizada, enquanto a Paraíba tem fortalecido sua atuação na geração distribuída voltada ao setor público.
*Com informações do Governo da Paraíba
Leia mais: GoVerde vai implantar uma segunda planta de e-metanol em Suape
