O Nordeste se destacou no ranking de tempo médio de abertura de empresas em março, com três estados entre os cinco mais bem posicionados. Como em todo o ano passado, a lista segue liderada por Sergipe, onde se levou quatro horas para concluir o registro de um novo negócio. Os dados são do Governo Federal, por meio da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim).
A boa posição de Sergipe, segundo a Junta Comercial (Jucese), se deve aos investimentos no registro automatizado, que já abrange mais de 50 dos 75 municípios do estado. Por outro lado, a demanda é a quinta menor do país, com 485 pedidos de abertura de empresas contabilizados no mês passado.
Já a Bahia, segundo estado nordestino mais bem posicionado na lista, com dez horas de tempo médio para formalizar um novo negócio, tem o triplo dessa demanda – recebeu 1.372 solicitações em março. Além de aparecer em quarto entre os estados mais ágeis do Brasil nesse ranking, se destacou por ser o único que teve 100% dos pedidos concluídos em menos de três dias, período máximo para obter a melhor classificação no levantamento da Redesim.
A agilidade também se destaca em Pernambuco, que subiu do 16º para o quinto lugar em um ano, com média de 12 horas para a conclusão de procedimentos desse tipo. O top 5 ainda conta com Paraná, na segunda posição, e Tocantins, na terceira. Em ambos os estados, os empreendedores levam, em média, oito horas para abrir um negócio.
Resultado atrelado à integração com a Redesim
As juntas comerciais dos estados que lideram o levantamento atribuem o resultado a esforços para a melhoria do ambiente de negócios. A do Tocantins (Jucatins) diz que buscou modernizar processos e que, dentro do órgão, a conclusão das etapas leva menos de três horas, sendo o tempo restante dedicado ao trâmite de “respostas das prefeituras para o processo de consulta prévia de endereços e da Receita Federal para a validação cadastral”.
Já Pernambuco conseguiu ter agilidade na abertura de empresas mesmo tendo a 12ª maior demanda do país, com 1.422 pedidos de registro de pessoas jurídicas em março. A Junta Comercial do estado (Jucepe) avalia que os resultados se devem, entre outros fatores, à expansão do número de municípios conveniados à Redesim, o que proporcionou maior alcance e acessibilidade aos serviços simplificados oferecidos pelo órgão de forma digital.
“Buscamos reduzir a burocracia e tornar o ambiente de negócios mais ágil e eficiente, gerando empregos, renda e oportunidades para a população. Com isso, mais empresas podem ser criadas e operar no estado com maior agilidade. É um ciclo virtuoso de crescimento e prosperidade que está sendo impulsionado”, afirmou o presidente da Jucepe, Gabriel Cavalcante, acrescentando que a meta é ter 100% dos municípios conveniados à rede para reduzir o tempo médio de abertura de empresas. Atualmente, 44% dos municípios pernambucanos estão integrados à Redesim.
Nordeste é a 3ª região em abertura de empresas
Além de ter três estados no top 5 da Redesim em março, o Nordeste também apareceu bem no ranking de procedimentos de abertura de empresas concluídos. Foram 9.208 pessoas jurídicas registradas nas juntas comerciais, o terceiro maior resultado do país, atrás do Sudeste (38.294) e do Sul (15.256) e à frente do Centro-Oeste (8.334) e do Norte (2.890).
Entre os estados nordestinos, o Ceará lidera o ranking, com 2.244 registros de abertura, mas tempo médio de 25 horas. Na sequência, vêm Pernambuco (1.422), Bahia (1.372) e Maranhão (1.009), Piauí (694), Rio Grande do Norte (691), Alagoas (654), Paraíba (637) e Sergipe (485).
Brasil teve 73,9 mil empresas abertas
No Brasil, 73,9 mil empresas foram abertas no mês passado, com tempo médio de um dia e duas horas, segundo a Redesim. O estado brasileiro que teve menos empresas abertas foi Roraima, com 139 registros e 16 horas de tempo médio para a conclusão das solicitações. Já São Paulo foi o campeão de novos negócios, com 26.920 pedidos de abertura, mas teve o quarto pior tempo de tramitação, com média de um dia e nove horas.
Minas Gerais (7.286) e Rio Grande do Sul (5.408) também aparecem bem no total de novas empresas, mas estão na parte inferior do ranking em agilidade, com mais de um dia de tempo médio para conclusão dos procedimentos de abertura nas juntas comerciais. Já o Pará foi onde se levou mais tempo para processos desse tipo em março – um dia e 18 horas – e também foi onde 4% das solicitações aguardaram mais de sete dias para conclusão, o pior indicador no país.
Leia mais: Bahia reduz tempo de abertura de empresas e registra novo recorde
