Por Kleber Nunes
O estado da Bahia terá a primeira biorrefinaria de etanol produzido a partir do milho com moagem a seco do Brasil. A planta greenfield será construída pelas empresas norte-americana ICM com a brasileira Impacto Energia, no município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano. O empreendimento, que não teve o valor de investimento revelado em função de um acordo de confidencialidade, terá capacidade de moer diariamente 1,7 mil toneladas de milho, produzindo 260 milhões de litros de etanol anidro e recuperando 9.000 toneladas de óleo de milho por ano.
A Cooperativa de Produtores Rurais (Cooperfarms) da cidade anunciou que estará entre os participantes da biorrefinaria com um dos fornecedores. “Entendemos que é indiscutível a participação da cooperativa e de seus associados neste importante investimento para a região. Somos um dos elos fundamentais para alavancar o negócio, os fornecedores de matéria-prima”, disse o presidente da cooperativa, Marcelino Kuhnen.
A previsão é de que a biorrefinaria comece a operar no primeiro trimestre de 2025 sob gestão da produtora de biocombustíveis e bioquímicos Impacto Bioenergia, um braço da Impacto Energia. A unidade será equipada com as tecnologias de propriedade da ICM Base Tricanter System, Selective Milling Technology and Fiber Separation Technology.
“O know-how da brasileira e da norte-americana foi determinante para o ingresso da cooperativa, além da garantia da compra da produção de milho e de sorgo dos cooperados investidores, inclusive preferência para contratos futuros”, explicou Kuhnen.
Atualmente, a Impacto Bioenergia controla a usina Seresta, em Teotônio Vilela (AL), responsável pelo processamento da cana-de-açúcar. A nova unidade baiana será a primeira a processar exclusivamente milho. Segundo as empresas, a refinaria também vai recombinar componentes de farelos em 185 mil toneladas de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS padrão).
Como o Brasil tem duas safras de milho, as biorrefinarias que usam tecnologias ICM podem operar continuamente durante todo o ano. A expectativa é de que o tempo de produção e os lucros sejam maximizados. Ao contrário do que acontece na geração do combustível a partir da cana-de-açúcar, onde as usinas normalmente têm a operação limitada a oito meses por ano.