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APM Terminals vai desistir, caso permaneça a incerteza sobre o leilão dos ativos do EAS

A desistência da empresa do grupo Maersk pode representar perda de competitividade para a carga de contêineres no Porto de Suape.
Estaleiro Atlântico sul
O leilão dos ativos do EAS já foi adiado duas vezes/ Foto; Divulgação/Suape

Atualizado às 17h19.

Em nota enviada nesta segunda-feira (11) ao Movimento Econômico, o APM Terminals B.V. (APMT), integrante do grupo Maersk, admite pela primeira vez que pode desistir do leilão dos ativos do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) em Suape, caso permaneça a incerteza sobre o certame. “Precisaremos concentrar nossos esforços em outras áreas que também têm um grande potencial de crescimento e demandam novos projetos e investimentos”, diz o comunicado.

No comunicado, a APM diz que vê muito potencial em Suape e, se adquirir a área, estará comprometida em investir em tecnologia, novos negócios e desenvolver ainda mais a cabotagem na região. “Acreditamos que a concorrência na região pode agregar valor aos clientes e atrair novos fluxos de cargas, ajudando o porto de Suape a crescer mais rapidamente e gerando mais negócios para o Estado de Pernambuco”.

E completa: “No entanto, recentemente, nos deparamos com a oposição de partes que não apresentaram quaisquer propostas concretas relacionadas à expansão de capacidade e criação de propostas de valor para os clientes, e que parecem, portanto, estar se empenhando unicamente para impedir a concretização dos nossos investimentos. Portanto, se a incerteza sobre o processo persistir, teremos que focar nossos esforços em outras áreas que também têm grande potencial de crescimento e precisam de novos investimentos e projetos”, conclui.

Leilão

O vencedor da concorrência deveria ter sido anunciado na última quinta-feira (07). No entanto, a realização do leilão foi suspenso por determinação do desembargador Bartolomeu Bueno do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) a pedido do Terminal de Contêineres de Suape (Tecon-Suape), administrado pelo grupo ICTSI Rio Brasil que atua na movimentação de contêineres em Suape desde 2001.

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Grande operadora de contêineres, a entrada da Maersk traria a concorrência principalmente nos preços das tarifas cobradas em Suape para a movimentação de carga conteinirizada. Empresários dizem que as tarifas para este tipo de carga são as mais altas cobradas na América Latina. Ainda na nota, a Maersk diz que é a única interessada de fato na área que pertenceu ao EAS em Suape.

A falta de concorrência na carga conteinirizada está prejudicando várias empresas instaladas em Suape, como por exemplo companhias que atuam na área automotiva. As frutas do Vale do São Francisco já escoam a sua produção para outros portos do Nordeste para escaparem das altas tarifas cobradas em Suape.

A área dos ativos do EAS está inserida fora do porto organizado de Suape e poderia receber terminais privativos. Ainda com relação ao leilão, também apareceu, informalmente, como interessado o fundo de hedge North Tabor Capital, de Nova Jersey, mesmo sem ter homologado sua participação no leilão. No meio empresarial de Suape, a proposta foi considerada uma piada por uma proposta que incluía um investimento bilionário, propondo até a reativação do EAS que está em recuperação judicial.

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